domingo, 28 de novembro de 2010

"Pingado"


                           
                                 

Carla e eu fizemos uma viagem ao nordeste brasileiro. A certa altura o ônibus parou em um restaurante para um lanche. Descemos cansadas e famintas e logo procuramos algo para comer e beber. Estávamos olhando o cardápio quando um garçom perguntou para Marta:
- Queres um "pingado"?
 Carla me olhou, olhou para o garçom e não perdeu tempo... fazendo uma expressão indignada respondeu:
- Tenho cara de quem bebe a esta hora do dia?
O garçom não sabia o que responder, vi que ele ficou sem jeito e, percebendo que minha amiga não estava entendendo, mostrou o recipiente com café e leite, e perguntou se era isso que ela queria.
Carla deu um sorriso e disse que sim. Pegamos o “pingado” e fomos para uma mesa e rimos muito...
Nós entendemos que “pingado” era alguma coisa que se referia a “pinga” ou algo relacionado à bebida alcoólica.
                                                                                         
                                                   Postado por Carla e Elisa 

sábado, 27 de novembro de 2010

O caso das Joaninhas



Certo dia Maria foi na costureira para fazer uma reforma em seu vestido. Maria colocou o vestido para que a costureira tirasse as medidas, neste momento, a costureira começou a procurar uma joaninha para prender o babado do vestido. Foi quando Maria perguntou: - O que está procurando?
- Uma joaninha! Respondeu a costureira. Maria prontificou-se a ajudar a procurar a joaninha. Procurou, procurou e procurou pelo bichinho, mesmo sem entender o motivo porque a costureira precisava de uma joaninha naquele momento.
- Não estou encontrando nada disse Maria. – Mas afinal, por que precisa de uma joaninha?
A costureira respondeu: - Para prender o babado. Maria estranhou. Até que a costureira gritou: - Achei! Ela veio com um instrumento que Maria conhecia por alfinete.
Que confusão! Como Maria é de outro estado, jamais poderia imaginar que nesta região, chamava-se de “joaninha”, o alfinete de prender roupa.  

Autoras: Carla e Elisa


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Café da manhã no Rio de Janeiro

O fato que aqui relato como exemplo de regionalismo aconteceu em 1983, comigo mesma, na cidade do Rio de Janeiro.
Quando iniciei o magistério em 1980, enquanto turma, tínhamos um sonho: conhecer o Rio de Janeiro. Durante os três anos do magistério realizamos promoções diversas, recolhemos mensalidade e tudo mais que fosse necessário para angariar fundos para custear a viagem, uma vez que éramos de famílias modestas e nossos pais não arcariam com tal despesa.  Passados três anos tínhamos dinheiro suficiente para quinze dias de viagem. São Paulo, Belo Horizonte, Petrópolis, Rio de janeiro... sonho!!!
Então, foi no Rio que o fato aconteceu. Logo ao chegarmos, de ônibus – aproximadamente quatro horas da manhã – resolvermos tomar com café antes de irmos a Lapa, pois ficaríamos hospedados numa casa de estudantes. Pois bem, sem muito dinheiro e sendo o primeiro dia, resolvi consultar o cardápio e os preços para só depois fazer meu pedido. Fiquei feliz: torrada a preço de banana! Estava satisfeita e mostrei a outra colega o quanto a torrada estava barata. Óbvio que se espalhou e várias amigas fizeram o mesmo pedido: uma torrada e uma taça de café.
Foi ao receber o pedido que a surpresa e a decepção abateram-nos. O garçom coloca a nossa frente uma fatia de pão de sanduíche torrada e uma bolinha de manteiga. Chamamos o garçom novamente para reclamar: pratos trocados! Não havíamos pedido pão torrado e sim torrada!!! Ao que ele respondeu que isso era torrada. Esclarecemos: pão, queijo, presunto... e ele responde que isso era mixto quente!!!
Então descobrimos que a nossa torrada para o carioca é mixto quente e nosso sanduíche é mixto frio!!! Em suma: pagamos caro e ficamos com fome. O pior, fui crucificada e por um bom tempo minhas colegas “pegavam no meu pé” com a história da torrada. Rendeu até charge no jornal da cidade quando voltamos.
            Assim é o nosso Brasil: uma só língua e vários dialetos!
                                                                                                                           Luciane Rech

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Uma experiência que deu certo!

Sou professora de Português na Escola Estadual de Educação Básica Professor Willy Roos, em Agudo. No decorrer do ano percebi que meus alunos da sétima série apresentavam dificuldade em realizar resumos de textos lidos. O que faziam era meramente uma cópia de passagens dos mesmos, o que gerava – muitas vezes – trabalhos desconexos e incompreensíveis. Surge a pergunta: como trabalhar resumo de texto? Como isso ser uma tarefa prazerosa?
Veio-me então a ideia de trabalhar com um livro atraente, de fácil assimilação. Foi o que fiz. Entre inúmeros títulos, optei por apresentar a eles “O Pequeno Príncipe” de Antonie Saint Exupèry.  A cada aula, lia para a turma um ou dois capítulos da obra. Logo em seguida passávamos à compreensão do que havíamos lido. Durante alguns minutos discutíamos as passagens, facilitando o entendimento. Logo após cada aluno escrevia em seu caderno um resumo do que havia entendido. Em seguida, dois ou três alunos liam seus resumos e voltávamos para as atividades rotineiras da sala. Isso acontecia a cada início de aula e eu nem precisava lembrá-los. Bastava entrar na sala e o pedido para que lesse mais uma parte era quase que unânime. Assim seguimos até o término da obra, o que levou em torno de dois meses.
À medida que avançávamos nas leituras e resumos, fui solicitando que os alunos fossem digitando seus textos em Word em casa. Quando acabamos a leitura cada aluno estava com seus resumos digitados. Pedi que trouxessem salvo em pen-drive seus textos digitados (cabe salientar que já havia trabalhado com este recurso antes e cada aluno já possuía o seu). Foi a hora em que fomos para a sala de aula digital. Passei à turma as orientações para a formatação do trabalho ( arial – 12 – justificado – entrelinhas 1,5; títulos e subtítulos em 20). Inicio-se o processo de adequação das digitações às orientações dadas. Devidamente salvas, passamos a outra fase. A capa.
A confecção da capa do trabalho ficou livre a escolha da formatação. Podendo ser buscada na internet uma gravura sobre a história para enriquecer o trabalho. Após veio o desafio final: escolher de 8 a 12 passagens (capítulos) do trabalho de resumo já formatado para ser ilustrado por eles. Feita a escolha, espaçou-se a digitação para enquadrá-las ao texto. A seguir salvamos novamente em pen-drive e fomos a uma livraria para imprimir e encadernar cada trabalho. Em sala, os alunos ilustraram e coloriram seus desenhos e assim surgiu um pequeno livro de resumo da obra “O Pequeno Príncipe”. (fotos em anexo)
Os alunos sentiram-se tão orgulhosos do trabalho feito, que resolvemos expô-los na Feira do Livro da escola (23 e 24 de novembro). Creio que atingi meu objetivo. Sei que não surgiram grandes escritores, nem textos de resumos perfeitos, mas aprenderam COMO FAZER um resumo e que resumir não é copiar. O primeiro passo foi dado e tenho certeza que agora sabem como caminhar sozinhos.
Também trabalhamos com a produção de charges com personagens da obra em questão. Os alunos deram asas à imaginação criando textos originais e super-criativos (fotos em anexo).
Como culminância do trabalho, as turmas de sétima série assistiram ao filme “O Pequeno Príncipe” na sala de vídeo da escola e puderam observar as diferenças entre ler um livro e assistir a um filme. Compreenderam como a leitura é mais rica e, muitas vezes, mais atraente que o filme da mesma obra.
Espero ter contribuído com uma sugestão de trabalho prazeroso e envolvente aos demais professores que amam o que fazem.
Profª Luciane Rech









quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Esta é a escola que queremos? Ou vamos ouvir esse apelo???

A Música de Gabriel, O Pensador “Estudo Errado” http://www.youtube.com/watch?v=OSGQzrbaH4Y faz-nos refletir sobre a escola que temos e a que queremos. Está mais do que na hora de ouvirmos o que nossos alunos pensam a respeito da escola, das aulas, dos professores e levarmos em conta seus desejos, expectativas e interesses para que assim despertemos neles o gosto pelos estudos e que não vejam a escola apenas como “obrigação”. Precisamos deixar neles a “saudade gostosa da escola” e não o “alívio” do término dos estudos.
Como professores mediadores precisamos repensar o nosso fazer pedagógico, tornando a aprendizagem um ato de construção coletiva do conhecimento, onde o aluno seja co-responsável dessa tarefa, sentindo-se parte fundamental e indispensável desse processo.
                                                                         MEDIADORES WR

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Divagando um pouco sobre o ato de ler...

Quando sentamos para  elaborar nosso primeiro texto a ser postato ficamos em dúvida e bastante preocupados sobre  o layout, a estrutura e formato dos nossos textos. Queremos algo produtivo, substancioso, porém gostoso, que proporcionasse uma leitura prazerosa, significativa, para tal partimos de algumas das  ideias de  Tatiana del Rio postadas em seu blog (www.abraceumalunoescritor.org/tatiana1.htm ) sobre o que é ler, onde ela diz que: “Ler é uma atividade extremamente rica e complexa, podendo ser um processo de descoberta, uma tarefa desafiadora, ou mesmo lúdica. Porém, será sempre uma atividade de assimilação de conhecimentos, de interiorização, de reflexão. Mais que decodificação, a leitura é uma atividade de interação, onde leitor e texto interagem entre si.
A leitura sempre irá depender do que a pessoa já sabe das experiências adquiridas ao longo da sua vida. Um indivíduo aprende a ler quando relaciona o que lê com seu conhecimento de mundo, ou seja, com as experiências que traz em sua “bagagem”. Assim, cada pessoa terá uma leitura particular de um mesmo texto, dependendo do seu conhecimento prévio.
Cabe ao professor guiar o aluno e encorajá-lo a usar todo o seu conhecimento prévio para que possa participar ativamente do processo de leitura, utilizando seus procedimentos de interpretação de modo a interagir com o texto, em busca do seu significado.”  
Quando colocamos que partimos dessas ideias, o fazemos pois compartilhamos desta opinião, na verdade, mais que uma opinião, são  ideais que regem nosso trabalho, nosso fazer pedagógico. Nossa intenção com este blog não é dar instruções, mas dividir, somar e multiplicar com aqueles que congregam das mesmas ideias e, também, com aqueles que delas discordarem, pois, estamos ávidos por novos conhecimentos e tudo o que possa ser agregado para aprimorar nossa prática.