quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

PRÁTICA LEITORA MULTIMIDIAL
 
 - O CRACK –
Luciane Rech
Carla Medianeira Costa Domingues
Elisa Endler
Neusa Drewanz

PÚBLICO-ALVO
A presente prática de leitura é destinada às séries finais do Ensino Fundamental e/ou às séries do Ensino Médio.

OBJETIVO DA PRÁTICA
Ao considerarmos a atual realidade da sociedade brasileira – especialmente a gaúcha – no que diz respeito ao crescimento desenfreado do consumo do crack em todas as classes sociais, é de suma importância levar o jovem a conhecer essa realidade assustadora, auxiliá-lo na reflexão e posicionamento sobre o assunto.

MATERIAIS E RECURSOS
       Leitura de artigo de opinião:
Crack: uma tragédia anunciada! – Valdo Barcelos – Prof. UFSM e escritor
       Leitura de letra de música:
Diga não às Drogas – Alexandre Pires
       Leitura de Vídeo:
Diga não às Drogas – Alexandre Pires
       Leitura de textos diversos em site:
Clicrbs
·        Sala de aula digital com acesso à internet;
·        Data show;
·        M.U.C.

ETAPAS PROPOSTAS
1.  Apresentação de artigo de opinião para leitura, compreensão e discussão em sala de aula;



2.  Apresentação da letra da música: Diga não às Drogas de Alexandre Pires.

3. Audição da música e visualização do clipe da mesma;
4. Visita ao site do Clicrbs para a navegação pelos textos, gráficos, tabelas, imagens e tudo mais que o mesmo oferece;

5. Produção Textual.
            Após os trabalhos de leituras multimidiais, comentários, debates, compreensões os alunos deverão proceder na redação de um texto dissertativo sobre o trabalhado.
Orientações para produção:
        ser argumentativo;
        possuir entre 20 a 25 linhas;
        apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão;
        estar estruturado em 4  ou 5 parágrafos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Criação de texto poético a partir de imagem

                                                                                                      Obra: São João 
                                                                                                       http://www.google.com.br/images

                                                                             São João
Autoras: Carla, Elisa, Luciane e Neusa
A lua ia alta e clara no céu escuro e misterioso
Refletida no véu branco e formoso
Que agitava aos passos da dança
Da noiva que sonhava com a esperança
De um amor tardio...

Ao longe a igrejinha rosada
Ficava olhando de perto e encantada
A moça recatada  
Aos de leites com dois trovadores

Os balões são bolas de fogo
Que ao céu sobem num arrogo
Quase que pedindo perdão
Por iluminar o sertão seco e escaldante
Que esquece por um instante
A dor desse povo errante
Que brinca de São João.

Um pouco sobre Di cavalcanti

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di cavalcanti, foi um importante pintor, caricaturista e ilustrador brasileiro.
Estilo artístico e temática
- Seu estilo artístico é marcado pela influência do expressionismo, cubismo e dos muralistas mexicanos (Diego Rivera, por exemplo).
- Abordou temas tipicamente brasileiros como, por exemplo, o
samba. O cenário geográfico brasileiro também foi muito retratado em suas obras como, por exemplo, as praias.
- Em suas obras são comuns os temas sociais do Brasil (festas populares, operários, as favelas, protestos sociais, etc).
- Estética que abordava a sensualidade tropical do Brasil, enfatizando os diversos tipos femininos.
- Usou as cores do Brasil em suas obras, em conjunto com toques de sentimentos e expressões marcantes dos personagens retratados.
                                                         http://www.suapesquisa.com/biografias/di_cavalcanti.htm

Tropicalismo
Em 1967 (final da década de 60), iniciou-se um movimento cultural, o movimento tropicalista.
O tropicalismo teve por base a tentativa de revelar as contradições próprias da realidade brasileira mostrando o moderno e o arcaico, o nacional e o estrangeiro, o urbano e o rural, o progresso e o atraso, em suma, o movimento não chegou a produzir uma síntese destes elementos, mas buscou traduzir a complexidade fragmentária da nossa cultura.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Infidelidade

Texto baseado no conto “A Cartomante” de Machado de Assis

Infidelidade
Luciane Rech

“Para um amante, acabaram-se os amigos.” Foi lendo esse dito de Stendhal em um livro de literatura dos muitos que agora lê é que Frederico recordou – sentado solitariamente no pátio – a causa de estar agora com a vida limitada àquele ambiente penitenciário.
            A infância tinha lhe sido muito prazerosa. Dividia muitas horas do dia com Hilberto em brincadeiras de jogar taco, futebol e explorações pelos arredores da pequena cidade de colonização alemã onde moravam. Até os cultos de domingo eram momentos em que os dois encontravam motivos para se divertirem. Com o passar dos anos Frederico e Hilberto vieram a afastarem-se. Filho de família rica, Frederico vai seguir seus estudos em uma Universidade de região, enquanto Hilberto permanece na cidadezinha natal trabalhando no comércio e conservando, mesmo a distância, a amizade com Frederico que, para complementar seus estudos e usufruindo da dupla nacionalidade – brasileiro/alemão – escolheu Munique para o intercâmbio. Foram vários anos de ausência. Hilberto nunca se casou. Com fama de conquistador, nunca chegou manter um relacionamento sério.
            A ironia do destino veio, de maneira inesperada, voltar a unir os dois amigos. Hilberto recebe um e-mail de Frederico anunciando que em três semanas estaria chegando. A felicidade em reencontrar o amigo depois de tantos anos deixou Hilberto eufórico. Todos da pequena cidade estavam à espera da visita do filho ilustre, pois Frederico tornara-se um médico conceituado e reconhecido internacionalmente, porém sempre que podia anunciava a origem enraizada na pequena cidade brasileira de Agudo.
            O grande dia finalmente chegou. As ruas normalmente calmas e pacatas estavam apinhadas de pedestres. Em cada esquina o assunto era o mesmo: que horas chega? Será que vai lembrar-se de nós? Será que está muito diferente? Vem para ficar? O povo comentava. Como de praxe, uma carreata é organizada para recepcionar Frederico no pórtico da cidade e assim conduzi-lo até o Pavilhão Evangélico onde uma enorme festa foi organizada – com direito a animação musical ao vivo de um conjunto local.
            Hilberto, por trabalhar até mais tarde e não possuir carro, não foi à carreata e vem a encontrar Frederico na festa. Quando adentra no local logo vislumbra o amigo, porém seus olhos correm incontrolavelmente para a bela mulher ao seu lado. Frederico e Hilberto cumprimentam-se euforicamente. Passado o primeiro instante, a bela mulher é apresentada como sendo Wanda, esposa de Frederico. Até então Hilberto não sabia do matrimônio do amigo, aliás, fato esse surpresa para todos da cidade, inclusive para a família de Frederico.
            O encantamento de Hilberto por Wanda parece ter encontrado nela a mesma receptividade e durante toda a noite trocaram olhares mais que furtivos... Frederico nada percebe, está ocupado demais em relatar a todos sua vida a Alemanha. No decorrer da noite anuncia que vai estabelecer-se por quatro anos na cidade, pois vai implantar junto à Universidade de Santa Maria um novo trabalho de atendimento às pessoas com sequelas produzidas pelo uso de agrotóxicos na agricultura.
            Com o passar do tempo Wanda e Hilberto tornam-se mais do que bons amigos. Aproveitando as ausências constantes de Frederico em função de seu trabalho na cidade vizinha, os dois usufruem de muitos momentos de paixão. Não contavam, porém com o fato de que em cidade pequena todos falam, todos veem, todos sabem... e não demorou muito para os burburinhos começarem.
            Hilberto, Wanda e Frederico começam a receber telefonemas anônimos, bilhetes e olhares de desaprovação em momentos distintos. Mesmo com a ameaça de serem descobertos e delatados Wanda e Hilberto não conseguem se afastar. Buscam mais discrição nos encontros. Num deles Wanda diz estar com medo e Hilberto, munido de toda sua singeleza e por que não ignorância, recomenda a ela visitar uma vidente famosa – Dona Maria – que atende próximo ao local onde ele trabalha e que possui muitos clientes, portanto deve ser boa adivinhadora e poderá ajudá-los. Mesmo sem acreditar muito em crendices, mas com a consciência pesada pelas atitudes dos últimos meses e cega pela paixão, Wanda vai ao encontro da vidente.
            À noite, quando encontra com Hilberto, está mais calma. Diz que a vidente havia anunciado que ambos teriam um futuro muito bom e que o amor venceria. Assim seguem-se os dias na pequena cidade. Todos falam, todos veem, todos sabem... inclusive Frederico!
            Era o final do expediente de sexta-feira. Hilberto louco para sair daquele supermercado, tomar um banho e encontrar Wanda! Frederico não viria para casa naquele dia, pois teria um jantar em Santa Maria. Tudo estava indo bem, maravilhosamente bem! Hilberto sente que o celular no bolso do uniforme vibra. É uma mensagem. Deve ser de Wanda! Surpresa! Era de Frederico e o texto assim: Hje, 9h em minha ksa. Ñ falte. O que teria acontecido? Por que Frederico viria para casa? Teria descoberto tudo? Mas Wanda nem ligou...?
            A sirene da firma toca. Hora de ir embora. Agora já sem muita pressa, mas com grande receio. Caminhando sem olhar para nada,alheio a tudo, quando percebe Hilberto está em frente à casa de Maria, a vidente e que acaba de surgir na porta, pronta para sair, encerrando mais um dia de muitas consultas. Hilberto, num ímpeto, chama à senhora e pede que, por favor, o atenda. Tinha recebido o salário e faria o pagamento da consulta em dobro. Munida pela ganância, porém louca para encerrar as atividades do dia, a vidente o atende com impaciência. Logo anuncia que ninguém sabe do que está acontecendo e que tudo não passa de especulações, de fofocas.
            Agora mais seguro e não menos ansioso para ver Wanda, mesmo que seja na presença de Frederico, Hilberto banha-se e usa a camisa e relógio novos dados por Wanda por ocasião do Natal. Chegando à casa de Frederico, percebe que este se encontra à soleira da porta, cabisbaixo. Cumprimenta o amigo e ambos adentram a sala, agora na penumbra. Mesmo assim Hilberto vê uma cena dantesca: Wanda está caída em frente ao sofá e uma mancha vermelha sobressai-se no tapete creme. Sem tempo de articular uma única palavra, sente uma lâmina fria e pungente penetrar-lhe na altura da cintura. Sente que sua vida começa a esvair-se pelo mesmo local em que a lâmina entrara e o tempo que lhe resta de vida usa para olhar, pela última vez, os olhos azuis de seu melhor amigo de infância num suplício de perdão e arrependimento...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A vidente

A Vidente

Em uma tarde de novembro de 2010, Antônio ria da conversa que estava tendo com Fabiana a respeito de sua visita a uma vidente.
_ Pode rir, vocês homens não acreditam nestas coisas. Mas saiba que ela adivinhou tudo o que eu queria saber a nosso respeito.
Antônio, num gesto de carinho, tranqüilizou-a e disse que jamais lhe esqueceria. Mas chamou a sua atenção quanto a essa visita, pois José poderia descobrir e tudo complicaria.
_ Sabe! Tive muito cuidado. Ninguém estava por perto.
_ Onde é a casa?
_ Na rua Germano Hentschke, não passava ninguém no momento.
Antônio morria de rir e perguntou:
_ Você acredita mesmo nisso Fabiana?
_ Hamelet já dizia: “Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã Filosofia”. E assim ela explicava sua crendice pelas palavras da vidente.
Antônio adorava aquela paixão que Fabiana demonstrava, e entre encontros escondidos dentro do carro, naquela rua deserta próxima ao cemitério, trocavam olhares e carícias.
Conheceram-se através da amizade de infância entre Antônio e José, que depois de um longo período de estudos na cidade de Santa Maria, retornou a sua cidade natal, com sua esposa Fabiana, reencontrando Antônio.
Com a morte da mãe de Antônio, aproximaram-se, pois José cuidou das questões burocráticas do enterro e Fabiana das sentimentais. E assim iniciou-se a paixão. A princípio Fabiana tornou-se uma companheira, quase irmã, compartilhando dos mesmos gostos por livros, filmes, jogos, músicas... Encontravam-se para conversar, trocar ideias. Foi no aniversário de Antônio que Fabiana declarou-se com um cartão e palavras que demonstravam todo o seu interesse pelo moço. Antônio até tentou resistir aos encantos da esposa do amigo, mas Fabiana “deu em cima” insistentemente, que não conseguiu fugir.
Certo dia Antônio começou a receber bilhetes anônimos em sua caixa postal que ofendiam e demonstravam que o romance não era mais oculto. Neste momento Antônio e Fabiana se afastaram e combinaram de comunicar-se por e-mail e não mais se encontrarem pessoalmente, para afastar suspeitas. Preocupado,Antônio precisava avisar Fabiana dos fatos. Dias depois recebeu novos bilhetes com dizeres apaixonados, que os deixaram intrigados com as diferentes escritas.
_ Antônio, deixe que levo os bilhetes e comparo as letras para vermos se existe ligação entre eles, não se preocupe que guardarei e depois rasgarei.
No dia seguinte José mandou um e-mail para Antônio:
_ Venha já em minha casa, precisamos conversar com urgência.
Neste instante um turbilhão de pensamentos ruins inquietaram Antônio. Embora percorrendo o caminho com seu carro, mais parecia que andava a pé, pois os tormentos aumentavam à medida que chegava mais perto. Na rua Marechal Deodoro teve que parar, pois um acidente interrompia a rua que estava cheia de curiosos. Olhando para o lado direito percebeu que estava frente à casa da vidente que Fabiana tinha consultado. Muito vinha a sua cabeça, a frase que Fabiana citara, as histórias contadas por sua mãe e a curiosidade em saber sobre os fatos levaram-no a entrar na casa e consultar a vidente. O ar sombrio da velha casa, as vestes e a pobreza deixaram-o mais inquieto quanto ao prestígio da vidente.
Iniciando a consulta, a vidente disse o motivo que o levara até ela:
_ Você está muito assustado!
Antônio confirmou.
_ Quer saber se acontecerá alguma coisa?
_ Comigo e com ela, disse Antônio.
A vidente tranqüilizou-o, dizendo que nada aconteceria e que José não conhecia os fatos, mas que precisam cuidar-se das “más línguas”.
Seguiu então para o encontro na casa de José. Chegando lá, José abriu a porta, levou-o para uma sala pequena onde estava Fabiana morta e ensangüentada, e sem dizer nada, deu-lhe dois tiros.

                                                       Postado por Carla e Elisa

sábado, 4 de dezembro de 2010

O P da poesia - Fechamento da discussão do fórum

"Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi."  
                                                              Mário de Andrade

                   As palavras de Mário de Andrade retratam muito bem a espontaneidade que deve estar presente na escritura de quaisquer textos, principalmente no poético. A poesia é um texto essencialmente emotivo, que trabalha com o interior, o sensitivo de cada ser. Um mesmo texto poético pode apresentar diversas interpretações de acordo com a leitura que cada um faz desse texto. É na idade mais tenra que precisamos iniciar esse trabalho de reconhecimento emocional que a poesia proporciona.
                   A poesia possui um universo rico e encantador, onde o sonho e a realidade andam de mãos dadas. Poesia é sentimento, sensibilidade, humanidade. É falar para o mundo do nosso próprio mundo. Possibilitar ao aluno perceber suas emoções e reconhecer seus sentimentos é facilitar a descoberta de si, do outro e do mundo. Produzir poesia é trabalhar com a emoção e também brincar com a imaginação usando palavras que despertam, além de pensamentos, as sensações, emoções, sentimentos...
Essa iniciação poderá ser feita com atividades mais livres como o brincar com palavras, ler poesia, ouvir músicas, montar rimas, explorar a natureza, escrever na areia, escrever com água, escrever no chão... tudo o que desenvolva e liberte a imaginação. Sem regras, sem normas, só sentimento e emoção. É aprender brincando, associando imagem, escrita e som. É “Escrever com o coração e desafiar a razão”, palavras já ditas sobre a poesia em outra época por autor do qual não me recordo o nome. Já os aspectos formais da poesia começarão a ser observados e respeitados à medida que a criança (jovem) tenha desenvolvido seu senso de estrutura textual. Quando começa a ficar “mais exigente” com sua própria escrita. Para tanto, cabe a nós, mediadores educacionais, fornecermos aos nossos alunos textos (poéticos e não-poéticos) diversos de estruturas simples, médias e complexas para que percebam que não há limites para uma produção. Precisamos fornecer condições de avançarem em suas próprias criações e descobrirem como é belo e rico o mundo da leitura.

                                                             Luciane, Neusa, Elisa, Carla

domingo, 28 de novembro de 2010

"Pingado"


                           
                                 

Carla e eu fizemos uma viagem ao nordeste brasileiro. A certa altura o ônibus parou em um restaurante para um lanche. Descemos cansadas e famintas e logo procuramos algo para comer e beber. Estávamos olhando o cardápio quando um garçom perguntou para Marta:
- Queres um "pingado"?
 Carla me olhou, olhou para o garçom e não perdeu tempo... fazendo uma expressão indignada respondeu:
- Tenho cara de quem bebe a esta hora do dia?
O garçom não sabia o que responder, vi que ele ficou sem jeito e, percebendo que minha amiga não estava entendendo, mostrou o recipiente com café e leite, e perguntou se era isso que ela queria.
Carla deu um sorriso e disse que sim. Pegamos o “pingado” e fomos para uma mesa e rimos muito...
Nós entendemos que “pingado” era alguma coisa que se referia a “pinga” ou algo relacionado à bebida alcoólica.
                                                                                         
                                                   Postado por Carla e Elisa